Pesquisa da USP usa materiais de construção no cultivo de plantas


Atualmente, cerca de 2/3 dos resíduos sólidos gerados no Brasil são materiais de construções civis e demolições. Com toda essa quantidade, por que não buscarmos alternativas de redução, reutilização e reciclagem ao invés de simplesmente descartar esses materiais em aterros ou dispersá-los no ambiente?
Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) de Piracicaba (SP), descobriram que é possível usar restos de materiais de construção para cultivar plantas e jardins. A pesquisa de quatro anos concluiu que a areia, misturada ao adubo, após ser triturada a partir dos entulhos, pode ser aplicada em obras de paisagismo, gramados e colaborar com a manutenção do meio ambiente.
Apoiado na Lei 12.305/2010, declarada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos e que reforça a necessidade de um novo destino a esses materiais, o pesquisador do laboratório de Química, do Departamento de Ciências Exatas da Esalq, Marcos Canto Machado, realiza pesquisas, coletas e testes com restos de construções de diferentes partes da cidade de Piracicaba e região.
Depois da triagem, pedras, tijolos e pedaços de concreto são triturados para depois serem reaproveitados em obras de infraestrutura, como construção e recuperação de estradas. “Mas infelizmente, somente uma pequena fração é direcionada a esse fim”, disse.
É com a outra parte, os materiais que possuem granulometria (areia mais fina) menor que o pesquisador direciona a pesquisa. “Pelos aspectos físicos e químicos, tornam-se mais favoráveis ao plantio”, afirmou.
Além desses materiais, também estão inseridos nos estudos os resíduos que contêm gesso, que é um insumo importante na agricultura e que colabora com a proposta do projeto.
“Nos aterros, os resíduos de construção que apresentam gesso são uma preocupação ambiental, pois nestes materiais há substâncias (sulfatos) que podem atingir corpos hídricos ou formar outras substâncias tóxicas”, explicou.
A dúvida dos pesquisadores era se o material continha substâncias que pudessem causar danos ao homem o ao meio ambiente. Por isso, foram analisados metais tóxicos e benéficos presentes na areia. A quantidade de resíduos foi tão pequena, que foi descartado qualquer tipo de dano. 

Fonte: G1

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