Rotulagem de Alimentos - Perigo iminente e solução aparente


A rotulagem de alimentos vem em um bom momento, no qual os consumidores vão poder optar por produtos com segurança alimentar – que lhes proporcionem qualidade de vida – ou pelo menos fundamentar a escolha ou não por este ou aquele produto, em se tratando da seara da manipulação genética.
Para isso, a Embrapa lançou, no dia 22 de fevereiro 2016, o Manual de Rotulagem dos Alimentos, com a preocupação de informar todos os componentes – como o valor energético, glúten, carboidratos, entre outros – de uma série de alimentos. Porém, seu objetivo é o de esclarecer dúvidas e informações sobre a origem de determinados produtos.
A base fundamental desse manual é orientar quanto às informações obrigatórias e complementares a serem apresentadas nos rótulos, porções de alimentos para fins de rotulagem nutricional e elaboração de rótulos de alimentos e bebidas. Contempla também a regra sobre os produtos orgânicos, a forma de plantio, solo e os impactos ao ambiente, além de estabelecer diretrizes comerciais no mercado interno diretamente aos consumidores.
A rotulagem é obrigatória ao que é mencionado na RDC 340 de 2002 da Anvisa, regulada pelo Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura e Abastecimento. A obrigação tornou-se necessária com a entrada dos Transgênicos no Brasil, por meio da soja RR Randoup Ready. Um transgênico é um organismo que possui uma sequência de DNA, ou parte do DNA de outro organismo, podendo até ser uma espécie diferente. A polêmica se deu pela revelação de problemas de saúde pública na França e em outros países.
Pesquisas recentes no Reino Unido e na França sobre alimentos à base de milho e soja transgênica têm identificado uma série de tumores em ratos de laboratório. No Brasil, uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) identificou uma grande quantidade de rações para animais domésticos que contêm alimentos modificados e demonstrou que muitos veterinários têm percebido a incidência de tumores em cães.
Os detentores das tecnologias de modificação genética afirmam que a fome do planeta será sanada por alimentos modificados, o que contraria o que muitos especialistas afirmam: que esta manipulação genética é catastrófica a longo prazo, ou seja, em terceira e quarta gerações de seres humanos e animais.
Assim, o Manual da Embrapa surge como uma ferramenta que nos permite, pelo menos, refletir sobre essa indústria e suas consequências. E a informação sempre é meio caminho andado rumo às mudanças necessárias, em qualquer setor. 

Fonte: Rodrigo Berté - Diretor da Escola Superior de Saúde, Meio Ambiente, Sustentabilidade e Humanidades do Centro Universitário Internacional UNINTER

Comentários

Postagens mais visitadas