A verdade - Em todo o mundo se toma água de esgoto tratado


A verdade: em todo o mundo se toma água com merda tratada!

A opção de tratamento do esgoto e lançamento em grandes meios hídricos como as represas do sistema Guarapiranga é a melhor solução para a crise hídrica do estado de São Paulo, tuneis de armazenamento são soluções múltiplas que servem para diversos objetivos, como por exemplo, o combate a cheias urbanas, mas em cidades onde este problema não é preocupante a primeira solução sempre é a mais eficiente.

No artigo “Especialistas defendem uso de água de esgoto tratada para combater crise” de Fernanda Távora do Jornal do Brasil edição digital do dia 9 do corrente mês, está muito bem colocada à questão, inclusive com o auxílio do Prof. Antônio Carlos Zuffo, especialista em recursos hídricos e professor da FEC – Unicamp que faz uma excelente discrição do problema.

Como professores são pessoas mais polidas e educadas (excetuando alguns do sul do país!!!), talvez o Professor Zuffo não tenha escrito com todas as letras algo que é importante das pessoas notarem antes de torcer a cara para esta solução.

Estou falando em torcer a cara para a solução, pois muitos imaginam que a proposta dos técnicos é algo quase que “nojento” e “antigênico”, mas como talvez eu não seja tão elegante como o professor Zuffo, vou escrever com todas as letras a verdadeira realidade de toda a água que consumimos.

Querendo ou não todo mundo toma MERDA TRATADA em qualquer cidade do mundo!

Explico melhor, toda a tomada de água superficial em qualquer cidade do mundo, retira água de um rio médio ou grande, por mais que se façam parques e áreas de preservação em torno dos reservatórios, sempre há o influxo de um ou de vários rios que vem de montante (montante quer dizer acima) e nesta região de montante moram pessoas, há criação de porcos, galinhas e vida silvestre. Todas estas pessoas, porcos, galinhas, veados, pacas e cotias, defecam e o produto desta necessidade natural vai para o meio hídrico.

As pessoas estão acostumadas a olhar os rios em regiões mais “limpas” e não identificarem o produto desta “poluição” de montante, simplesmente porque quando a população que contribui a montante para a poluição é pequena em relação à capacidade do rio ou lago depurar o esgoto! Em resumo, a água pura não é produto de um rio ou lago em que nenhuma pessoa ou animal defecou! Mas sim é produto de um rio ou lago com grande capacidade de depuração em relação ao esgoto lançado.

Na região de São Paulo, como em outras grandes metrópoles do mundo (civilizado ou não) a carga de esgoto pode ultrapassar a capacidade de autodepuração do meio hídrico, e a água bruta (água não tratada) chega às estações de tratamento de água em condições deploráveis. Porém não se preocupem quanto a isto, nas estações de tratamento de água temos verdadeiros mágicos, os engenheiros químicos e técnicos em tratamento de água, que por diversos recursos tecnológicos transformam esta água imprópria para o uso em água boa e saudável, por exemplo, criei os meus cinco filhos sempre tomando água da torneira e confiando nos colegas engenheiros químicos e seus treinadíssimos assessores.

A principal proposta que está contida no texto é que a capacidade dos meios hídricos em depurar determinados poluentes é reduzida, e se estes poluentes forem retirados em estações de tratamento de esgoto, a água bruta que vai chegar às estações de tratamento de água será muito melhor, dando bem menos trabalho aos responsáveis pelas mesmas.

Vamos ao resumo

Primeiro: Desde que o homem é homem, já o NEOLÍTICO a tribo que morava mais acima do rio a MONTANTE (em espanhol é mais simples, é águas arriba) defecava no rio e a tribo que morava a JUSANTE tomava esta água.

Segundo: Com o advento da população, a quantidade de dejetos das tribos de montante aumentou (já se chamavam cidades), e a capacidade de autodepuração dos rios e lagos permaneceu o mesmo.

Terceiro: Aumentando a carga de poluição, e não aumentando a capacidade de autodepuração dos rios, organismos patogênicos das cidades de montante começaram a chegar às cidades de jusante e as doenças de veiculação hídrica começaram a aumentar.

Quarto: Para evitar a mortandade das pessoas das cidades de jusante, se começou a tratar a água por processos físicos químicos.

Quinto: Com a sofisticação dos processos de tratamento e o aumento no rigor das normas de qualidade de água, verificou-se que determinados tipos de poluentes seriam mais bem tratados em estações de tratamento de esgoto antes de serem lançados nos meios hídricos.

Sexto: Que tratando corretamente o esgoto, se reduz em muito a carga de poluentes e se deixa para a natureza o polimento final tornando a água bruta de ótima qualidade.

Sétimo: Quem acha que tratar esgoto para depois utilizar a sua água como água bruta para o tratamento e consumo desta água é algo nojento ou antigênico é uma BESTA, pois durante milênios seus ancestrais beberam esta água não tratada e desenvolveram uma verdadeira “fauna” intestinal que se deliciava com todos os bichinhos que vinha com a água (tem uns mais espertos que enganavam a nossa “fauna” e produziam doenças).

Oitavo e último: Tratem os esgotos, lancem nos meios, deixe a natureza agir e tomem a água tranquilamente, o que faz mal mesmo ao organismo é água quimicamente pura (como água bidestilada) e como diria a minha avó, tome a água, pois o maior come o menor.



Fonte: www.jornalggn.com.br

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