Aprenda a fazer uma composteira


A Compostagem é um conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos por meio da ação de microorganismos. Esse processo transforma o resíduo orgânico em composto estabilizado, rico em húmus e nutrientes minerais, com atributos físicos, químicos e biológicos superiores àqueles encontrados nas matérias primas, permitindo que seja utilizado como adubo.
Muito se fala em comer hortaliças para ter uma vida saudável. Entretanto, os alimentos que encontramos no supermercado podem não ser os mais indicados pelo processo de plantio e colheita que recebem. Para comer de forma segura, que tal começar em casa a produzir os alimentos vitaminados que devem compor a dieta?
A técnica da compostagem é um processo que transforma restos de comida e cascas de frutas em adubo para plantar. Por isso, ao produzir sua própria composteira, no apartamento ou em casa, fica fácil cultivar alimentos livres de agrotóxicos ao alcance de suas mãos.
Estrutura e Montagem
A composteira é uma estrutura com três caixas plásticas empilhadas. Elas podem ter diferentes tamanhos e cores, de acordo com a preferência do comprador.
A composteira caseira é formada por três caixas de plásticos empilhadas e interligadas por pequenos furos feitos ao fundo. A caixa inferior serve para escoamento e armazenamento de chorume, líquido formado durante o processo de decomposição do material orgânico. Nesta caixa existe uma torneira que serve para a coleta deste material. A caixa do meio é a digestora, nela será despejado todo o material orgânico (restos de comida) da sua casa. A proporção é sempre 2:1, ou seja, duas partes de material úmido (restos de alimentos) pra uma parte de material seco (serragem, por exemplo). Para acelerar o processo de decomposição, são coladas minhocas nesta segunda caixa. A terceira caixa, também digestora, será utilizada quando a segunda estiver cheia. As minhocas utilizam os furos para migrar para a caixa de cima, quando o processamento de todo o material chaga ao fim. Isso significa que ou composto já está pronto pra ser utilizado.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o chorume formado na composteira caseira não é contaminante. O líquido, também conhecido como “chorume do bem” deve ser utilizado na proporção de um litro de chorume pra dez litros de água. Ele também pode ser usado como biofertilizante.
O composto precisa ser mexido sempre que forem adicionados novos restos de alimentos. A oxigenação auxilia a ação dos microorgasnismos e é importante para evitar o mau cheiro. Além disso, o composto também precisa estar sempre úmido. O teste simples, de pegar o composto com a mão e apertá-lo é suficiente para saber se a umidade está boa o suficiente. Para estar na medida certa, a mão deve ficar úmida, mas não deve escorrer, no entanto, podem pingar algumas gotas. Se o líquido ainda estiver escorrendo, é preciso adicionar mais terra ou serragem para equilibrar. Do mesmo modo, se o composto estiver muito seco deve ser adicionado um pouco de água.
Observando as instruções acima e revolvendo sempre o material dentro do recipiente, o resultado será um ótimo composto e uma quantidade significativa de lixo reciclado.
Para que o processo de decomposição seja acelerado, evite descartar materiais grandes, antes de colocar em sua composteira, triture-o. Quanto menores forem os materiais, mais os microrganismos trabalham e mais rapidamente os materiais se decompõem.
Pra saber se a sua compostagem está funcionando adequadamente ela não deve cheirar mal e tem que ter um cheiro doce de terra. O mau cheiro pode ser causado pela adição de carnes, ossos ou estercos de cães e gatos, por isso esses materiais devem ser evitados. A falta de oxigenação do composto torna o ambiente propício para a ação de microorganismos decompositores anaeróbicos que são responsáveis pelo cheiro ruim.
No final o composto deve apresentar um aspecto o qual não é possível distinguir os tipos de material. O volume deve ter reduzido de 50% a 75%, sua coloração deve ser escura e ao pegá-lo com as mãos tem que estar um pouco escorregadio como se tivesse um pouco de sabão. Dica: se quiser use uma peneira para homogeneizar o composto, ficará com uma aparência muito boa.
O que pode e não pode ser colocado
Na composteira, podem ser colocados:
Frutas, legumes, verduras, grãos e sementes.
Saquinhos de chá, erva de chimarrão, borra de café e de cevada.
Sobras de alimentos cozidos ou estragados e cascas de ovos.
Folhas secas, serragem, gravetos, palitos de fósforo e de dente, podas de jardim.
Papel toalha, guardanapos de papel, papelão, embalagem de pizza e jornal.
Jamais coloque na composteira
Carne de qualquer espécie - Elas não são o alimento preferido das minhocas, têm decomposição lenta e podem atrair moscas.
Frutas cítricas em excesso - O sumo ácido atrapalha o processo de decomposição. Deixe secar cascas de limão, laranja e abacaxi antes de irem para o minhocario.
Papel higiênico usado - Apesar de também ser dejeto, não vale a pena misturar as coisas, certo?
Funcionamento
Uma vez por semana ponha a comida na caixa de cima, sobreposta por serragem ou folhas secas. A caixa deve ser enchida ao longo de um mês.
Quando a caixa de cima encher, troque-a de lugar com a do meio. Ela receberá os resíduos orgânicos pelo próximo mês, até que o adubo da caixa do meio esteja pronto.
Para fazer a coleta, a forma mais fácil é puxar o composto para um dos lados da caixa e colocar o lixo orgânico fresco na parte vazia. Após alguns dias, as minhocas vão para a comida, facilitando a coleta do húmus. Deixe cerca de 7 centímetros de terra para as minhocas na caixa.
Uma vez por semana, retire o acúmulo do chorume orgânico pela torneira da caixa.
Vantagens que fazem a diferença
Redução do volume de lixo destinado aos aterros, gerando grande economia ao município.
Reciclagem de matéria orgânica e nutrientes para o solo.
Adubo ecológico para produção de alimentos orgânicos (horta doméstica).
Diminui o mau cheiro dos lixos domésticos e traz benefícios para o meio ambiente.
O composto deve ser misturado com terra ou aplicado diretamente no solo. O adubo deve ser adicionado na época de plantio, pois além de prover nutrientes para as plantas, ele atua também na melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo. Em locais sem vegetação, o composto ajuda a melhorar as condições do solo além de minimizar efeitos do sol e da chuva. 

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