Analfabetismo Ambiental


Afinal o que seria isso, uma desculpa para não mudar de atitude? Discute-se já há algum tempo a questão da sustentabilidade, ou seja, um desenvolvimento que sustente o meio ambiente ao invés de degradá-lo. E o maior obstáculo tem sido a falta do entendimento de que o que deve ser sustentável é a vida em sua totalidade, não o desenvolvimento em si, que deveria e deve estar alicerçado em melhorar a existência humana e não colocá-la em risco.
A falta de consciência ambiental não está apenas nas ações predatórias do bicho homem, mas, na sua grande ignorância em relação ao meio ambiente em que vive. É esse o fato gerador das enormes dificuldades para o entendimento mais profundo das questões ambientais ou ecológicas. E isso se deve, em parte, à visão reducionista que hoje prevalece quando tratamos do meio ambiente, uma visão limitadora que nos leva a pensar que ele é algo aquém ou além de nós.  Até mesmo aqueles de possuem boa vontade no trato dessa questão, equivocam-se quando tentam desenvolver, por exemplo, uma educação ambiental baseada numa visão puramente mecanicista, que coloca o homem em separado em relação ao meio ambiente, quando em  realidade  o homem é parte integrante do todo ambiental.
Mesmo com toda a ênfase da mídia ao falar sobre as questões ambientais, tem gente que pensa que isso só interessa a nós ambientalistas e profissionais da área. Confesso que isso me traz um certo desconforto e tristeza.
Esses dias mesmo, uma pessoa ao ver uma matéria sobre sustentabilidade, me deu o jornal falando que isso me interessava.  Poxa, o planeta Terra só pertence aos ambientalistas e afins, ou é um bem comum? O bom funcionamento da Terra, a harmonia entre o homem e a natureza não interessa a todos? Todos nós, terráqueos, temos dever de cuidar da nossa casa Terra, e não tem como cuidar dela se distanciando de informações necessárias para que isso aconteça. Isso é chamado de analfabetismo ambiental pelos estudiosos.
Muitas coisas tem acontecido e suas consequências já estão sendo sentidas; tudo isso é fruto de uma interferência humana desastrosa, irracional e sem limites, desde a Revolução industrial. Sei que o quadro é meio pessimista, mas não se pode perder a vontade de mudar em prol da sustentabilidade, isto é, garantir as gerações futuras a viverem em condições adequadas e de qualidade. Será que nossos filhos, netos, bisnetos não merecem receber um planeta mais harmônico?
Muitas pessoas se lembram do meio ambiente apenas quando entram em contato direto ou indiretamente com catástrofes: inundações, secas, terremotos, etc, e por falta de informação ou por mero descaso, jogam a culpa em outros países, em seus governos, em seus vizinhos, mas nunca em si mesmo. Será que é tão difícil perceber que todos nós temos uma parcela de culpa? E se cada um se voltasse para suas atitudes cotidianas: de gastos irracionais; de desperdícios de energia, de água; de falta de bom senso, seria muito mais fácil ocorrer à mudança? Sei que nosso cérebro se preocupa mais com assuntos imediatistas, como mostra o estudo de Elke Weber, mas temos que mudar nossas atitudes consumistas já, antes que seja tarde demais.
Ainda bem que tenho encontrado muitas pessoas que possuem o mesmo pensamento, não só ambientalistas, mas donas de casa, trabalhadores, crianças, etc. Sei que a semente está sendo plantada, mas depende da terra estar bem arada, nutrida, pois só assim nascerão bons frutos.
Te faço uma pergunta, como está seu pedaço de terra interior, para receber as sementes que inúmeras pessoas plantam? Como está sua cabeça e seu coração em busca de amar e respeitar nossa casa Terra e colocar os assuntos ambientais como importantes a todos?
PENSE NISSO!!!
Do nosso presente dependerá o futuro de todos os seres, inclusive nós, seres humanos. 

Fonte: Willes S. Geaquinto e Erica Sena

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