Reconstruindo o Meio Ambiente com Amor
As florestas naturais, embora
renováveis, têm uma capacidade limitada de satisfação das necessidades humanas
e, se superexploradas, podem ser levadas a um ponto de degradação irreversível.
Em várias regiões essa situação já ocorreu, ocasionando inclusive bolsões de
desertificação, em outras, a situação é gravíssima.
Há hoje uma flagrante disparidade
entre o desenvolvimento do poder intelectual, o conhecimento científico e a
qualidade tecnológica, por um lado, e a sabedoria, a espiritualidade e a ética,
por outro. Isto mostra que a sociedade vem ignorando, até mesmo menosprezando,
as relações ecológicas diárias entre ela e a natureza, dando margem ao
surgimento de uma catástrofe ambiental que poderá explodir num futuro não muito
distante.
A busca de um desenvolvimento
sustentável, que tenha como objetivo central a qualidade de vida, sem no
entanto deixar de utilizar tecnologias modernas, é um desafio para os países em
desenvolvimento, como o Brasil, que precisam produzir para aumentar e garantir
o crescimento econômico, reduzir a pobreza e manter seu ambiente da melhor
forma possível.
Para o desenvolvimento desse novo
paradigma há necessidade de que a educação e a cidadania sejam os principais
caminhos a serem seguidos pela sociedade. Refletir e agir holisticamente passam
a ser pontos cruciais para a nossa espécie. Para tanto, o ensino, a ciência e a
tecnologia não podem se desvincular dos aspectos ambientais e sociais. É
preciso resgatar o ser humano como parte essencial da natureza. A cada dia,
crianças em idades cada vez mais tenras se desvinculam da natureza em função da
urbanização acelerada devido às transformações na forma de produção e dos
mecanismos de atração das grandes cidades e metrópoles.
As ferramentas e estratégias de
educação ambiental passam a ter extrema importância para o resgate deste
vínculo.
Geralmente, o educador ambiental
defende isoladamente o elemento natural com o qual trabalha (água, solo, ar,
flora, fauna e ser humano), esquecendo-se não só de inserir-se como parte
integrante do meio ambiente, como também de fazer as inter relações entre estes
elementos.
Muitas vezes, a educação
ambiental é realizada de maneira muito formal, fazendo da cabeça das pessoas um
mero depósito de informações, acreditando que o simples contato com a nova
informação desencadeia um processo interno de assimilação, processamento e
aplicação prática de ideias, deixando de inserir o ser humano no ambiente.
O conhecimento tem sido repassado
sem considerar a essência humana. Encarar o ser humano, unicamente, como
predador, culpando-o pela degradação ambiental, não abre portas para uma
mudança de comportamento. É preciso alcançá-lo em sua plenitude,
transformando-o em um reconstrutor da natureza, transmitindo e relacionando os
conteúdos ambientais às necessidades e aspirações dos seres humanos.
As informações técnicas aplicadas
de forma isolada, desconectadas da realidade, desestimulam as pessoas a
aplicarem o que aprenderam, o que não ocorre quando essas informações são
associadas às suas emoções.
Até agora estivemos andando na
contramão, procurando salvar a natureza através do homem, esquecendo que só
conseguiremos isto resgatando o homem através da natureza. O ensino que causa
impacto é o que passa de um coração para o outro. Isto engloba a totalidade do
ser, intelecto, emoção e vontade.
Desta forma, é preciso atuar na
educação ambiental com praticidade, simplicidade, naturalidade e, sobretudo,
com amor.
Fonte: www.ambientebrasil.com.br
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