RELAÇÃO HOMEM E NATUREZA - Parte 5


O ser humano, desde tempos remotos utiliza-se da natureza para atender às suas necessidades básicas de sobrevivência. No início só retiravam o essencial, mas a partir do momento que observaram que podiam usufruir mais da natureza, começaram a se agrupar e explorá-la em benefício próprio.
A partir daí perceberam que podiam dominar uns aos outros, dando início à dominação no mundo. De várias maneiras: império, feudalismo, burguesia, etc. Todos se traduzem a poucos dominando e impondo hábitos e costumes a uma maioria que se submete por variados fatores, principalmente através da educação, que é a maneira mais eficaz de se introjetar valores e ideias.
Foi com a Revolução Industrial e o aumento da população mundial, que a destruição da natureza se intensificou devido à inserção de máquinas que ocasionou a produção em série e assim o consumismo, causando uma retirada exacerbada de matéria-prima da natureza, a destruição de grandes áreas de matas nativas para exploração de atividade agropecuária, assim como emitiram uma grande quantidade de resíduos no meio ambiente. A classe dominante, só queria ter mais e mais, não pensando que estavam destruindo seu próprio lar.
Só se começou a pensar em crise ambiental na segunda metade do século XX. Quando eclodiram no mundo várias manifestações, como a liberação feminina e a instituição de governos autoritários em resposta às exigências de organização democrática dos povos em busca de seus direitos.
Os primeiros sinais da conscientização foram observados a partir de referenciais que uniram propostas de sustentabilidade ambiental, social e de desenvolvimento. Pela primeira vez, viu-se a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a preservar o meio ambiente.
Mesmo sabendo que a exploração de forma inadequada, traz impactos ao mundo, não se tem tido muitas ações um prol disso. Foram criadas leis e também se introduziu nos sistemas educacionais, disciplinas voltadas para a preservação do meio ambiente. No Brasil, temos os Parâmetros Curriculares Nacionais, que são referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo o país. O objetivo dos PCN’s é garantir a todas as crianças e jovens brasileiros, o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania. A proposta dos PCN’s tem por objetivo que a escola ofereça meios efetivos para que o aluno compreenda os fatos naturais e humanos a esse respeito, desenvolva suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais que lhe permitam viver numa relação construtiva consigo mesmo e com seu ambiente, colaborando para que a sociedade seja ambientalmente sustentável e socialmente justa; preservando todas as manifestações de vida no planeta; e garantindo as condições para que ela prospere em toda sua força, abundância e diversidade.
Com base nisso, a escola precisa atentar para a sensibilização do indivíduo com o intuito de desenvolver uma consciência ambiental. É preciso que o educador esteja disposto a se capacitar para tal feito e também mudar a sua concepção de mundo, a escola deve estar aliada a comunidade e também a política. Para um planeta justo e igualitário, é preciso conviver e não dominar.
Existem quatros desafios da educação ambiental, que estão interligados ao papel do educador contemporâneo. O primeiro é o de “enfrentar as multiplicidades de visões” e isto implica na preparação do educador para fazer as conexões e articular os processos cognitivos com os contextos da vida. O segundo desafio é o de “superar a visão de especialista”, o caminho é a ruptura com as práticas disciplinares. O terceiro é “superar a pedagogia das certezas”, para isso é necessária a formação de um “professor reflexivo” que compreende a modernidade e os “riscos produzidos” e seu potencial de reprodução, desenvolvendo no espaço pedagógico uma sensibilização em torno da complexidade da sociedade contemporânea. O último é de “superar a lógica da exclusão”, soma ao desafio da sustentabilidade a necessidade da superação das desigualdades sociais.
O desafio político da sustentabilidade, apoiado no poder de transformação das relações sociais, está vinculado ao fortalecimento da democracia e da construção da cidadania ambiental. Então, o papel dos educadores é essencial para impulsionar as transformações que assumem um compromisso com a formação de valores sustentáveis. A educação para a cidadania ambiental necessita de propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de atitude e comportamento, capacidade de avaliação e participação dos educandos, é preciso repensar as práticas sociais.
Dessa forma, aprender a respeitar o outro, a se respeitar e respeitar tudo ao seu redor são a base para uma educação ambiental crítica e emancipatória, que é um desafio para os educadores, mas é um processo que é de extrema importância para um mundo mais justo e saudável, assim poderemos ter no futuro uma relação mais harmônica entre  homem e a natureza. 

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